Libertinagem, NOTURNO DA PARADA AMORIM

Libertinagem, NOTURNO DA PARADA AMORIM
Manuel Bandeira

O violoncelista estava a meio do Converto de Schumann
Subitamente o coronel ficou transportado e começou a gri-
[tar: - Je vois des anges! Je vois des anges!
[- E deixou-se escorregar sentado pela
[escada abaixo.

O telefone tilintou.
Alguém chamava?... Alguém pedia socorro?...

Mas do outro lado não vinha senão o rumor de um pranto
[desesperado!...

(Eram três horas.
Todas as agências postais estavam fechadas.
Dentro da noite a voz do coronel continuava a gritas: - Je
[vois des anges! Je vois des anges!)